O
amor terá sempre um limite: a dignidade. Porque o respeito que cada um de nós
tem por si mesmo é muito precioso e jamais irá aceitar cortes para saciar um
amor que não é suficiente, que machuca e que nos deixa vulneráveis.
Costuma
se dizer que o amor é curto e o esquecimento é muito longo. Mas é melhor um
esquecimento longo do que uma grande tormenta na qual acabamos por perder
totalmente a nossa dignidade.
Às
vezes o melhor remédio é esquecer o que sentimos para recordar o quanto
valemos. Porque a dignidade não deve ser perdida por ninguém, porque o amor não
se implora nem se suplica, e embora nunca se deva perder um amor por orgulho,
também não se deve perder a dignidade por amor.
A
dignidade é esse elo frágil e delicado que tantas vezes ignoramos e
comprometemos. Há muitas ocasiões em que cruzamos essa fronteira sem querer, em
que nos deixamos levar por alguns extremos nos quais os nossos limites morais
tornam-se fracos, pensamos que por amor tudo vale a pena e que qualquer
renúncia é pouca.
Muitas
pessoas costumam dizer que o ego alimenta o orgulho e o espírito alimenta a
dignidade. O orgulho, por exemplo, é um inimigo bem conhecido que costuma ser
associado ao amor próprio. No entanto, ele vai um passo além, pois o orgulho é
um arquiteto especializado em levantar muros e cercas nos nossos
relacionamentos, em decorar cada detalhe com arrogância e em encontrar o
vitimismo em cada palavra.
Enquanto
isso, a dignidade é justamente o contrário. Ela age o tempo todo a ouvir a voz
do nosso ‘eu’ para fortalecer o respeito por nós mesmos sem esquecer o respeito
pelos outros. Aqui o conceito do amor próprio adquire o seu pleno significado.
A
dignidade não deve ser vendida, não deve ser perdida nem presenteada. As
pessoas costumam pensar que não há nada pior do que ser abandonado por alguém
que amamos. Não é verdade, o mais destrutivo é nos perdermos de nós mesmos ao
insistir em amar alguém que não nos ama.
No
amor saudável e digno não se encaixam martírios ou renúncias, aquelas em que
dizemos que vale tudo só para estarmos ao lado de quem amamos. O amor jamais
deverá ser cego. Por muito que se defenda esta ideia, é necessário lembrar que
sempre será melhor entregarmo-nos a alguém com os olhos bem abertos, o coração
entusiasmado e com a dignidade muito alta. Só então conseguiremos construir uma
dessas relações dignas que valem a pena, onde se pode respeitar e ser
respeitado, onde se pode criar todos os dias um ambiente saudável onde não
cabem jogos de poder nem sacrifícios irracionais.
A
dignidade é e sempre será o reconhecimento de que somos merecedores de coisas
boas, porque será sempre melhor uma solidão digna do que uma vida de carências,
de relacionamentos incompletos que nos fazem acreditar que somos atores
secundários. Não permitas isso, não percas a tua dignidade por ninguém.
Via: Me Apaixonei