Conseguiremos
conviver somente se estivermos dispostos a abrir mão de algo, a analisar nossa
parcela de responsabilidade no que acontece, a ouvir alguém que não seja nós
mesmos. Relacionamentos requerem compartilhamento, entrega, empatia e
altruísmo, ou sempre haverá um lado da balança pesando demais.
Estar
sozinho pode ser uma opção, pois existem pessoas que não sentem solidão e
conseguem lidar muito bem com uma vida solitária, inclusive nem procuram
alguém. Por outro lado, há aqueles que não se sentem confortáveis não tendo
ninguém ao seu lado e, por isso, não perdem a esperança em encontrar um
parceiro de vida. Porém, algumas pessoas simplesmente conseguiram espantar
qualquer alma viva de seu convívio, sendo a solidão o seu castigo.
Certos
indivíduos não conseguem se relacionar, minimamente, haja vista sua
personalidade difícil, sua relutância em abrir concessões de quaisquer tipos,
sua língua afiada. Não é fácil relacionar-se com alguém, ainda mais hoje,
quando o egoísmo parece ser a tônica dominante. Não muitos estão dispostos a
abrir-se ao outro, a ouvir uma opinião diversa, a refletir sobre as próprias
atitudes.
Conseguiremos
conviver somente se estivermos dispostos a abrir mão de algo, a analisar nossa
parcela de responsabilidade no que acontece, a ouvir alguém que não seja nós
mesmos. Relacionamentos requerem compartilhamento, entrega, empatia e
altruísmo, ou sempre haverá um lado da balança pesando demais. Isso tudo
implica a consciência de que o raio de nossas ações vai muito além de nossos
próprios jardins, ou seja, teremos que saber que não poderemos agir como bem
quisermos o tempo todo, muito pelo contrário.
Por
isso é que muitas pessoas passam a vida sozinhas, sem ninguém com quem possam
contar de verdade. Viveram sempre desconfiadas de tudo e de todos, fechadas em
si mesmas, querendo apenas agir de acordo com o que pensavam, sem abrir mão de
nada por ninguém. Não iam às festas, porque não podiam perder a novela; não
recebiam crianças de forma agradável, porque elas tiravam as coisas do lugar;
não gostavam da prima, do cunhado, da vizinha, de ninguém enfim.
Obviamente,
teremos que ter paciência com as pessoas, entendendo que há muitos
comportamentos que podem ser mudados, quando nos dispusermos a ajudar, a chegar
junto com carinho e sinceridade. Da mesma forma, muitos comportamentos podem
ser tratados com ajuda de profissional competente. Mesmo assim, muitas pessoas
não querem ser ajudadas, simplesmente porque acham que os outros é que devem
mudar e não elas. Por isso é que permanecem sozinhas por toda uma vida, apesar
de toda tentativa externa de levá-las para longe da solidão.
Via: Conti Outra